Vacina da dengue: duração e eficácia explicadas

Este artigo foi publicado pelo autor Cidesp em 20/09/2024 e atualizado em 20/09/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

A dengue é uma doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, que tem se tornado um grave problema de saúde pública em diversas regiões do mundo, especialmente em países tropicais e subtropicais. Com o aumento da incidência de casos nos últimos anos, a pesquisa para a criação de vacinas eficazes se intensificou, resultando em formulações que buscam prevenir a infecção e suas complicações. Neste artigo, vamos explorar a vacina da dengue, sua duração, eficácia e responder a algumas das perguntas mais frequentes sobre o tema.

Como Funciona a Vacina da Dengue?

A vacina da dengue foi desenvolvida para oferecer proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A imunização funciona estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, que são fundamentais na defesa contra infecções. Com a vacinação, o corpo aprende a reconhecer os antígenos do vírus da dengue, criando uma memória imunológica que pode ser acionada em caso de exposição futura ao vírus.

Tipos de Vacinas Disponíveis

Atualmente, existem duas vacinas principais contra a dengue que foram aprovadas para uso em diferentes países:

1. Dengvaxia: Desenvolvida pela Sanofi Pasteur, é a primeira vacina licenciada para a dengue. É uma vacina atenuada que contém vírus vivos enfraquecidos. O esquema vacinal consiste em três doses administradas em intervalos de seis meses.
2. Qdenga: Produzida pela Takeda, esta vacina tem uma abordagem diferente, utilizando uma tecnologia de vírus não replicante, o que pode oferecer maior segurança para grupos etários ampliados. As diretrizes de vacinação e o número de doses podem variar.

Eficácia da Vacina da Dengue

A eficácia da vacina da dengue é um aspecto crucial a ser considerado. Estudos clínicos mostram que, após a vacinação completa, a proteção contra a dengue varia:

• Dengvaxia: Estudos mostram que sua eficácia geral é em torno de 60%, juntamente com uma proteção significativa contra casos graves da doença. A eficácia é substancialmente maior em indivíduos que já tiveram infecção anterior por dengue. Em pessoas que não foram expostas ao vírus previamente, a vacina pode aumentar o risco de doenças graves em caso de infecção subsequente.
• Qdenga: Essa vacina demonstrou uma taxa de eficácia de até 84% na prevenção da dengue grave e hospitalizações em grupos de idade mais ampla, o que representa um avanço significativo em relação às opções anteriores.

Duração da Imunidade

A duração da imunidade conferida pelas vacinas da dengue é um tópico de intenso debate e pesquisa. As informações disponíveis indicam que:

1. Dengvaxia: Estudos sugerem que a imunidade pode durar até cinco anos, mas a vigilância contínua é necessária para determinar se a proteção continua além desse período. Recomenda-se que os indivíduos que receberam a vacina sejam monitorados, especialmente em regiões onde a dengue é endêmica.
2. Qdenga: Dados preliminares indicam que a imunidade pode durar de 4 a 5 anos, mas ainda são necessários mais estudos para confirmar a extensão da proteção a longo prazo e se haverá necessidade de reforços.

Efeitos Colaterais da Vacina

Como qualquer vacina, a vacina da dengue pode causar alguns efeitos colaterais. Os mais comuns incluem:

• Dor no local da injeção
• Febre leve
• Fadiga
• Dor de cabeça

Na maioria dos casos, esses efeitos são leves e transitórios. No entanto, é fundamental que as pessoas sejam informadas e monitoradas após a vacinação, especialmente aqueles que nunca tiveram dengue antes.

Considerações Especiais

Quem Deve Receber a Vacina?

As diretrizes de vacinação podem variar de acordo com o país e as recomendações das autoridades de saúde. Geralmente, as vacinas são indicadas para:

• Indivíduos de 9 a 45 anos que vivem em áreas com alta endemicidade da dengue.
• Pessoas que já foram infectadas com dengue anteriormente, especialmente na vacina Dengvaxia.

Contraindicações

As vacinas contra a dengue não são recomendadas para:

1. Pessoas que nunca tiveram infecção por dengue (caso da Dengvaxia).
2. Indivíduos imunocomprometidos.
3. Gestantes e lactantes (embora os dados estejam em evolução).

Conclusão

A vacina da dengue representa um avanço significativo no controle e prevenção dessa doença que afeta milhões de pessoas anualmente. Entender a duração e a eficácia da vacina é fundamental para garantir que a população se proteja adequadamente. A vacinação não é apenas uma ferramenta individual de proteção; é uma estratégia de saúde pública que pode reduzir a carga da dengue nas comunidades. Com o desenvolvimento de novas vacinas e o aprimoramento das existentes, podemos vislumbrar um futuro onde a dengue seja uma preocupação menor.

FAQ

1. A vacina da dengue é segura?

Sim, a vacina da dengue foi aprovada por várias autoridades de saúde ao redor do mundo e demonstrou ser segura na maioria dos indivíduos. No entanto, é importante consultar um profissional de saúde para discutir qualquer preocupação.

2. Quantas doses são necessárias para a vacina da dengue?

Para a Dengvaxia, são necessárias três doses administradas em seis meses. Para a Qdenga, as diretrizes de doses podem variar, mas informações adicionais estão sendo divulgadas à medida que estudos clínicos continuam.

3. Posso contrair dengue após a vacinação?

É possível, embora a vacina reduza o risco de infecção e suas complicações. Nenhuma vacina fornece 100% de proteção, por isso é importante continuar adotando medidas de prevenção, como o controle do mosquito Aedes.

4. A vacina é eficaz em todos os sorotipos da dengue?

Sim, tanto a Dengvaxia quanto a Qdenga são projetadas para fornecer proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.

Referências

• Sanofi Pasteur. (2023). Informações sobre a Dengvaxia.
• Takeda Pharmaceuticals. (2023). Qdenga – dados e eficácia.
• Organização Mundial da Saúde. (2023). Diretrizes sobre a vacina da dengue.
• Ministério da Saúde do Brasil. (2023). Vacinação contra dengue – informações e recomendações.

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