Quantos dias é normal sentir cólica após colocar o DIU?

Este artigo foi publicado pelo autor Cidesp em 20/09/2024 e atualizado em 20/09/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

A inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método contraceptivo bastante eficaz e popular no Brasil. Muitas mulheres optam por esse método devido à sua facilidade de uso e à longa duração. No entanto, é comum que a colocação do DIU venha acompanhada de algumas reações, como cólicas e desconforto. Neste artigo, vamos abordar especificamente quanto tempo é normal sentir cólica após a colocação do DIU, além de esclarecer outros aspectos importantes relacionados ao procedimento e suas possíveis consequências.

O que é o DIU?

O DIU é um pequeno dispositivo feito de plástico e, em alguns casos, cobre de cobre ou libera hormônios, que é inserido no útero para prevenir a gravidez. Ele atua de diferentes formas, dependendo do tipo: o DIU hormonal libera progesterona que espessa o muco do colo do útero e torna o endométrio menos favorável à implantação de um óvulo fertilizado, enquanto o DIU de cobre impede a movimentação dos espermatozoides e pode causar alterações no endométrio.

Tipos de DIU

Existem dois tipos principais de DIU disponíveis no Brasil:

1. DIU de Cobre: Este tipo pode ser utilizado por até 10 anos e não contém hormônios, sendo indicado para mulheres que preferem evitar tratamentos hormonais.
2. DIU Hormonal: Libera hormônios que podem ajudar a regular o ciclo menstrual e proporcionar períodos menstruais mais leves. Este tipo tem uma duração média de 3 a 5 anos.

O processo de colocação do DIU

A colocação do DIU deve ser realizada em um ambiente clínico seguro, geralmente por um ginecologista. O procedimento é rápido, mas pode gerar desconforto e cólicas durante e após a inserção. O médico irá realizar um exame ginecológico e utilizar um instrumento chamado especulo para acessar o colo do útero. Após localizá-lo, o DIU é inserido suavemente e ajustado na posição correta.

Cólica após a inserção do DIU

É comum que as mulheres sintam cólicas após a colocação do DIU. Esses episódios de dor podem variar em intensidade e duração, sendo influenciados por diversos fatores, incluindo a sensibilidade individual da mulher e o tipo de DIU utilizado.

Duração das cólicas

Em geral, as cólicas podem durar de algumas horas até alguns dias após a inserção do DIU. Muitas mulheres relatam que a dor se intensifica nas primeiras 24 horas e depois começa a diminuir. Verificou-se que a maioria das mulheres se sente melhor em cerca de 3 a 5 dias após a inserção, embora algumas possam continuar a sentir desconforto leve por um período mais longo.

É importante observar que a intensidade da cólica pode variar. Enquanto algumas mulheres podem sentir apenas um leve desconforto, outras podem relatar uma dor mais intensa e que interfere em suas atividades diárias. Caso as cólicas sejam muito fortes, persistam por mais de uma semana ou venham acompanhadas de outros sintomas, como febre ou sangramento excessivo, é imprescindível buscar orientação médica imediatamente.

Fatores que influenciam a intensidade da cólica

Existem alguns fatores que podem influenciar a intensidade com que uma mulher sente cólicas após a colocação do DIU. Algumas questões a serem consideradas incluem:

• Histórico de cólicas menstruais: Mulheres que já apresentam cólicas intensas durante o ciclo menstrual podem sentir cólicas mais fortes após a inserção do DIU.
• Tipo de DIU: O DIU de cobre, por exemplo, é conhecido por causar cólicas mais intensas e períodos menstruais mais pesados, especialmente nos primeiros meses de uso.
• Experiência prévia: Mulheres que já tiveram um DIU anteriormente podem experimentar cólicas de forma diferente na nova inserção, dependendo de suas experiências passadas.

Cuidados pós-inserção do DIU

Após a inserção do DIU, existem algumas orientações que podem ajudar a minimizar o desconforto e garantir uma recuperação suave. Veja algumas recomendações essenciais:

1. Repouso: Após o procedimento, é aconselhável descansar e evitar atividades físicas intensas nos primeiros dias.
2. Compressas quentes: O uso de compressas quentes na região abdominal pode ajudar a aliviar as cólicas. O calor relaxa os músculos e pode proporcionar um alívio significativo.
3. Medicamentos: Analgésicos de venda livre, como ibuprofeno ou paracetamol, podem ser utilizados para ajudar a controlar a dor. É crucial seguir as orientações de um profissional de saúde quanto à dosagem e frequência.
4. Hidratação: Manter-se bem hidratada pode ajudar no bem-estar geral e na diminuição do desconforto.
5. Acompanhamento médico: Agendar uma consulta de acompanhamento com o ginecologista algumas semanas após a inserção do DIU é essencial para garantir que tudo esteja bem e que o dispositivo esteja na posição correta.

Cuidados a longo prazo e o que esperar

Embora as cólicas possam ser comuns após a inserção do DIU, seu impacto deve diminuir ao longo do tempo. A maioria das mulheres nota uma melhora significativa na dor nas semanas seguintes ao procedimento. Algumas mulheres podem até perceber que suas cólicas menstruais diminuem em intensidade após alguns meses, especialmente aquelas que optaram pelo DIU hormonal.

Mudanças menstruais

Além das cólicas, o DIU pode alterar o padrão menstrual de uma mulher. Muitas usuários do DIU de cobre relatam períodos mais intensos e prolongados, especialmente nos primeiros meses. Já as usuárias do DIU hormonal frequentemente relatam períodos mais leves e curtos, com algumas até experimentando a ausência completa de menstruação após o primeiro ano de uso.

Possíveis complicações

Embora sejam raras, algumas complicações podem ocorrer após a inserção do DIU. É fundamental ficar atenta a sinais de alerta que podem indicar um problema:

• Sangramento excessivo: Caso o sangramento se torne muito intenso ou ocorra por mais de sete dias, isso pode ser um sinal de que algo não está certo.
• Dor intensa: Cólica leve é normal, mas dor intensa ou persistente deve ser discutida com um médico.
• Febre: A presença de febre após a inserção do DIU pode ser um sinal de infecção e requer atenção médica imediata.
• Expulsão do DIU: Em casos raros, o DIU pode ser expelido do útero, o que pode ocorrer especialmente nas primeiras semanas após a inserção. Se sentir que algo não está certo, um exame de ultrassom pode ser necessário para verificar a posição do DIU.

FAQ

1. É normal sentir cólicas depois de colocar o DIU?

Sim, é normal sentir cólicas após a colocação do DIU. Muitas mulheres relatam dor leve a moderada nas primeiras horas ou dias após o procedimento.

2. Quanto tempo as cólicas podem durar?

Geralmente, as cólicas podem durar de algumas horas até 7 dias após a inserção do DIU.

3. O que posso fazer para aliviar as cólicas?

Compressas quentes, repouso e analgésicos geralmente ajudam a aliviar o desconforto.

4. Quando devo procurar um médico?

Se as cólicas forem muito intensas, persistirem por mais de uma semana ou vierem acompanhadas de febre ou sangramento excessivo, você deve procurar um médico.

5. As cólicas diminuem com o tempo?

Sim, a maioria das mulheres percebe que as cólicas diminuem em intensidade nas semanas e meses seguintes à inserção do DIU.

Conclusão

A inserção do DIU é uma opção de contracepção muito eficaz, mas é natural que as mulheres sintam cólicas e desconfortos após o procedimento. Embora a dor possa ser desconfortável, a maioria das mulheres a experimenta de forma leve a moderada e nota melhorias dentro de uma semana. É fundamental estar atenta a sinais de que algo não está certo e manter um acompanhamento regular com o médico. Manter uma comunicação aberta com o profissional de saúde é essencial para garantir uma experiência positiva com o DIU e abordar qualquer preocupação que possa surgir ao longo do uso deste método contraceptivo.

Referências

1. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
2. Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)
3. Ministério da Saúde do Brasil - Diretrizes sobre o Uso de Métodos Contraceptivos
4. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) - Clinical Guidelines on the Use of Intrauterine Devices

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