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PFAPA: Entenda Sintomas, Causas e Tratamentos


Nos últimos anos, muitos pais têm se deparado com um fenômeno curioso e, por vezes, preocupante: os episódios recorrentes de febre em crianças, que muitas vezes podem ser mal interpretados. Entre estas condições, uma que se destaca é a PFAPA, que é uma sigla em inglês para "Periodic Fever, Aphthous Stomatitis, Pharyngitis, and Adenitis". Neste artigo, iremos explorar em detalhes o que é a PFAPA, quais são os seus sintomas, suas possíveis causas e os tratamentos disponíveis, buscando esclarecer as dúvidas mais comuns e proporcionando uma visão ampla sobre essa condição.

O que é PFAPA?

A PFAPA é uma síndrome que afeta predominantemente crianças, geralmente entre os 2 e 5 anos, e é caracterizada por episódios recorrentes de febre, estomatite aftosa, faringite e adenite. A febre pode surgir repentinamente e durar de 3 a 6 dias, retornando em intervalos regulares. Esse padrão cíclico pode causar grande preocupação nos pais, principalmente pela intensidade e pela repetição dos episódios. Na maioria dos casos, a PFAPA é autolimitada, ou seja, tende a desaparecer com o passar do tempo.

Sintomas da PFAPA

Febre

A febre é o sintoma mais marcante e, muitas vezes, o primeiro a ser notado. Os episódios febris podem chegar a temperaturas de 39°C ou mais, geralmente durando de 3 a 6 dias. É importante ressaltar que entre os episódios, a criança se apresenta saudável, sem sinais de doença.

Estomatite Aftosa

Outro sintoma que pode acompanhar a febre são as úlceras aftosas, que se manifestam como pequenas feridas dolorosas na boca. Essas ulcerações podem dificultar a alimentação e a fala da criança, causando desconforto e irritação.

Faringite

A inflamação da faringe é um sintoma comum durante os episódios da PFAPA. A criança pode apresentar dor de garganta, dificuldade para engolir e, frequentemente, um hálito desagradável.

Adenite

Por fim, a adenite, que é a inflamação dos gânglios linfáticos, especialmente no pescoço, pode ser notada. Os gânglios inflamados ficam inchados e podem causar dor, indicando que o corpo está lutando contra alguma infecção ou inflamação.

Causas da PFAPA

As causas exatas da PFAPA ainda não estão completamente elucidativas, mas acredita-se que a condição esteja relacionada a uma resposta imune anormal. Em outras palavras, o sistema imunológico das crianças com PFAPA pode reagir de forma excessiva a determinados gatilhos, que ainda não são totalmente compreendidos. Essa reação pode ser desencadeada por fatores como infecções virais, alergias ou até mesmo alterações ambientais.

Importante mencionar é que a PFAPA não é causada por bactérias ou vírus e não é contagiosa. Também é fundamental ressaltar que a condição não é resultado de doenças autoimunes, embora apresente características que possam lembrar essas condições.

Diagnóstico da PFAPA

O diagnóstico da PFAPA é, muitas vezes, um processo de exclusão. Os médicos geralmente realizam uma avaliação clínica detalhada, analisando o histórico médico da criança e os padrões dos episódios de febre. Exames laboratoriais podem ser realizados para descartar outras condições, como infecções crônicas ou doenças autoimunes.

É normal que o diagnóstico seja um desafio, uma vez que os sintomas da PFAPA podem se sobrepor a outras síndromes febris recorrentes. Contudo, a observação cuidadosa dos sinais e sintomas, aliada a uma consulta médica com um especialista, pode levar a um diagnóstico preciso.

Tratamentos para PFAPA

Tratamento Sintomático

Durante os episódios de febre, o tratamento sintomático é a abordagem mais comum. O uso de antipiréticos, como o paracetamol ou o ibuprofeno, pode ajudar a reduzir a febre e aliviar o desconforto da criança. É sempre bom lembrar que o uso de medicamentos deve ser orientado por um pediatra, para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

Corticosteroides

Em casos mais graves ou quando os episódios de febre são bastante frequentes, o médico pode prescrever corticosteroides. Esses medicamentos podem reduzir a inflamação e a dor, proporcionando alívio temporário. A administração de corticosteroides deve ser feita com cautela e sob supervisão médica, principalmente devido aos efeitos colaterais associados a seu uso prolongado.

Tonsilectomia

Em algumas situações, quando a PFAPA se torna um problema persistente, a remoção das amígdalas (tonsilectomia) pode ser considerada. Estudos têm demonstrado que essa intervenção cirúrgica pode resultar na diminuição ou até na resolução total dos episódios de febre. No entanto, essa opção deve ser discutida cuidadosamente com um especialista, considerando os riscos e benefícios.

Conclusão

A PFAPA é uma condição que, embora possa ser alarmante para muitos pais, geralmente não possui consequências graves a longo prazo. É essencial que os episódios febris sejam acompanhados por um médico, que pode orientar sobre a melhor forma de manejar os sintomas e, se necessário, propor tratamentos mais eficazes.

Estamos cientes de que lidar com a saúde de nossos filhos é uma tarefa desafiadora. Portanto, a bela jornada do autoconhecimento e da educação sobre condições como a PFAPA pode nos ajudar a transformar momentos de preocupação em oportunidades de aprendizado e cuidado.

FAQ

1. A PFAPA é contagiosa?

Não, a PFAPA não é contagiosa. Ela é uma condição não infecciosa e não pode ser transmitida de uma criança para outra.

2. A PFAPA é uma doença grave?

Não, a PFAPA geralmente não traz sequelas a longo prazo e tende a desaparecer com o crescimento da criança.

3. Quais são os melhores métodos para aliviar os sintomas da PFAPA?

Os antipiréticos, como paracetamol e ibuprofeno, são frequentemente recomendados para ajudar a controlar a febre e o desconforto.

4. Quanto tempo duram os episódios de febre na PFAPA?

Os episódios de febre podem durar entre 3 a 6 dias, seguidos por períodos sem febre.

Referências

  1. Strengell, T., et al. "Periodic fever syndrome: recognition and management." Pediatrics, vol. 132, no. 6, 2013.
  2. Driscoll, S. et al. "PFAPA syndrome: overview and treatment options." The American Journal of Medicine, 2020.
  3. Kliegman, R. et al. "Nelson Textbook of Pediatrics." 21st ed., Elsevier, 2020.

Autor: Cidesp

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