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Oncogenética: Entenda como os genes afetam câncer


A oncogenética é um campo fascinante da medicina que investiga a relação entre os genes e o câncer. No Brasil, essa área vem ganhando destaque, especialmente à medida que mais pessoas procuram compreender o papel que a genética pode desempenhar no desenvolvimento de diversos tipos de câncer. A verdade é que a maioria de nós já ouviu falar do câncer em algum momento da vida, mas poucos sabem que a predisposição genética pode influenciar não apenas o risco, mas também a forma como a doença se manifesta.

Neste artigo, nos propomos a explorar os meandros da oncogenética, discutindo como os genes afetam o câncer e como essa informação pode impactar nossas vidas. Vamos falar sobre a importância do mapeamento genético, as síndromes hereditárias e também como podemos lidar com essa informação de maneira saudável.

O que é oncogenética?

A oncogenética pode ser definida como o estudo das alterações genéticas que podem aumentar o risco de um indivíduo desenvolver câncer. Muitas vezes, a predisposição genética não é o único fator que determina se alguém terá câncer, mas pode ser decisiva, especialmente em alguns tipos específicos da doença. Aqui, é importante distinguir entre os termos "alteração genética" e "hereditariedade". Uma alteração genética pode ocorrer espontaneamente, enquanto a hereditariedade se refere a transmissões de genes de geração para geração.

O papel dos genes no câncer

Genes e câncer

Quando falamos em câncer, estamos nos referindo a um conjunto de doenças caracterizadas pela proliferação descontrolada de células. Essa proliferação pode ser influenciada por alterações em genes que controlam o ciclo celular, a morte celular programada e a reparação do DNA, entre outras funções. Essas alterações podem ser classificadas em dois tipos:

  1. Oncogenes: São genes que, quando mutados ou expressos em níveis elevados, podem levar à transformação de células normais em células cancerígenas.

  2. Genes supressores de tumor: Esses genes normalmente inibem o crescimento celular. Quando ocorrem mutações que inativam esses genes, o controle do crescimento celular pode ser perdido, contribuindo para o desenvolvimento do câncer.

Essas mutações podem ser hereditárias, ou seja, transmitidas dos pais para os filhos, ou podem ocorrer ao longo da vida em células somáticas, resultando em uma nova linhagem celular com potencial cancerígeno.

Hereditariedade e síndromes hereditárias

Pessoas que têm histórico familiar de determinados tipos de câncer devem estar atentas à possibilidade de síndromes hereditárias. Um exemplo bem conhecido é a síndrome de Lynch, que predispõe à doença colorretal e a outros tipos de câncer. Outro exemplo é a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, que está associada a um risco elevado para câncer de mama e de ovário.

Quando falamos de síndromes hereditárias, é fundamental realizar um aconselhamento genético antes de se submeter a testes. Esses profissionais estão preparados para explicar os riscos, implicações e possíveis decisões que podem ser tomadas após o resultado do teste.

O impacto da oncogenética na detecção precoce

Uma das principais contribuições da oncogenética é a capacidade de detectar o câncer em estágios iniciais, o que muitas vezes resulta em melhores prognósticos. Quando identificamos uma predisposição genética para desenvolver uma determinada forma de câncer, podemos adotar medidas preventivas e realizar triagens mais rigorosas. Isso permite que tratemos o câncer o mais cedo possível, o que é crucial para a eficácia dos tratamentos.

Testes genéticos e triagem

Os testes genéticos têm se tornado cada vez mais acessíveis. Um exame simples pode identificar mutações associadas a síndromes hereditárias. Contudo, é imprescindível que, ao optarmos por esse tipo de teste, tenhamos a orientação de um especialista. Muitas vezes, os resultados poderiam trazer dificuldades emocionais e sociais que merecem atenção e suporte.

Após a identificação de uma mutação específica, o profissional de saúde pode sugerir estratégias de monitoramento, como mamografias mais frequentes, ressonâncias magnéticas ou mesmo a opção de profilaxia cirúrgica.

A relação entre estilo de vida e predisposição genética

Numa conversa sobre oncogenética, não podemos deixar de mencionar o papel do estilo de vida. Embora a genética tenha um grande papel no desenvolvimento do câncer, fatores ambientais e comportamentais também exercem uma influência significativa. Alimentação adequada, prática de exercícios físicos, evitar o tabagismo e reduzir o consumo de álcool são mudanças que podem ajudar a minimizar os riscos.

Convivendo com a informação genética

Descobrir que temos uma predisposição genética para câncer pode gerar uma série de emoções, desde ansiedade até o alívio, dependendo da situação. Precisamos ter em mente que, embora os genes desempenhem um papel importante, eles não são o único determinante. É assim que devemos olhar para a vida: com otimismo, adotando hábitos saudáveis e realizando acompanhamento médico adequado.

Conclusão

A oncogenética é um campo em crescimento que promete revolucionar nossa abordagem em relação ao câncer. Entender como os genes afetam o câncer nos proporciona um conhecimento valioso que pode guiar decisões de saúde, possibilitando um maior controle sobre nossa própria saúde. Ao olharmos para o futuro, devemos continuar investindo em pesquisa, promover o acesso a testes genéticos e educar a população sobre a importância do conhecimento genético.

Na busca pela prevenção e pelo bem-estar, reconhecer a interconexão entre genética e estilo de vida é essencial. Juntos, podemos mudar a forma como encaramos o câncer, abraçando o conhecimento e a proatividade.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. O que é a oncogenética?

A oncogenética é o estudo das alterações genéticas que podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer, incluindo a identificação de mutações hereditárias.

2. Quais são os principais genes relacionados ao câncer?

Os principais genes incluem os oncogenes (que estimulam o crescimento celular) e os genes supressores de tumor (que normalmente inibem o crescimento). Exemplos de genes importantes são BRCA1, BRCA2 e os genes associados à síndrome de Lynch.

3. Como os testes genéticos podem ajudar na prevenção do câncer?

Os testes genéticos podem identificar mutações que aumentam o risco de câncer, permitindo que os indivíduos adotem medidas preventivas e façam triagem regular para detectar o câncer em estágios iniciais.

4. O que fazer após descobrir uma mutação genética?

Após descobrir uma mutação genética, é importante consultar um especialista em genética para discutir as opções de monitoramento, prevenção e suporte emocional.

5. Posso mudar meu risco de câncer mesmo tendo uma predisposição genética?

Sim, apesar da predisposição genética, mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, exercícios físicos e evitar substâncias tóxicas, podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento do câncer.

Referências

  • GLOBO, S. Oncogenética: resgatando a relação entre genes e câncer. Folha de São Paulo.
  • BRASIL, Ministério da Saúde. Diretrizes sobre a prevenção e controle do câncer.
  • JAMA Oncology. A importância da genética na prevenção do câncer.
  • CANCER.gov. O que é oncogenética? National Cancer Institute.

Autor: Cidesp

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