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Como Fazer um Acordo com a Empresa: Guia Prático

Este artigo foi publicado pelo autor Cidesp em 04/09/2024 e atualizado em 04/09/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

Fazer um acordo com uma empresa é uma decisão que pode influenciar significativamente a vida profissional de um trabalhador. Existem muitos fatores a serem considerados, desde direitos e deveres até as implicações financeiras e legais. Neste guia prático, discutiremos a fundo como iniciar essa negociação, os direitos do trabalhador, as vantagens e desvantagens de um acordo e muito mais. Se você está pensando em sair de uma empresa ou precisa resolver questões trabalhistas, continue lendo para entender tudo sobre como conduzir esse processo.

Quando o funcionário faz acordo com a empresa o que ele tem direito?

Quando um funcionário decide fazer um acordo com a empresa, ele tem direito a uma série de benefícios que variam de acordo com as circunstâncias de sua demissão. De maneira geral, os direitos incluem:

  1. Recebimento das verbas rescisórias: O trabalhador deve receber férias proporcionais, 13º salário proporcional e o saldo de salários até a data de saída.
  2. Multa do FGTS: Caso se trate de um acordo que encerra o contrato de trabalho sem justa causa, o empregado pode ter direito à multa de 40% sobre o saldo do FGTS.
  3. Rescisão contratual: Ao optar pelo acordo, a rescisão deve ser formalizada, respeitando todos os procedimentos legais estabelecidos pela CLT.

É essencial que tanto o funcionário quanto a empresa assinem um termo de rescisão que especifica os termos acordados, garantindo que ambas as partes estejam cientes e de acordo com as condições estabelecidas.

Como pedir para fazer um acordo na empresa?

Pedir um acordo à empresa não é uma tarefa simples, e requer uma abordagem cuidadosa e estratégica. Aqui estão algumas etapas que podem facilitar o processo:

  1. Avalie sua situação: Antes de pedir um acordo, faça uma autoavaliação. Considere suas razões para querer sair, suas finanças e seus direitos.
  2. Prepare sua argumentação: Tenha claros os motivos pelo qual deseja fazer o acordo. Se possível, demonstre como isso pode ser vantajoso para ambas as partes. Por exemplo, enfatize que um acordo evita a necessidade de um processo judicial, economizando tempo e recursos para a empresa.
  3. Marque uma reunião formal: Converse com seu supervisor ou o departamento de Recursos Humanos (RH) para agendar uma reunião. É importante que a conversa ocorra em um ambiente profissional e privado.
  4. Seja claro e objetivo: Durante a reunião, expresse claramente seu desejo de fazer um acordo e explique seus motivos. Esteja aberto a escutar a contraparte e esteja preparado para negociar.
  5. Formalize tudo por escrito: Se o acordo for aceito, certifique-se de que todos os termos sejam registrados por escrito. Isso pode evitar mal-entendidos e garantir que ambos os lados cumpram suas obrigações.

Qual o melhor acordo para sair da empresa?

Determinar o melhor tipo de acordo para sair da empresa depende de diversos fatores, incluindo a situação individual do trabalhador e as políticas da empresa. Aqui estão algumas opções comuns:

  1. Acordo de rescisão verbal: Isso pode ser feito em situações informais, mas é arriscado, pois a falta de um contrato formal pode levar a complicações futuras. É sempre melhor formalizar os termos.
  2. Acordo por escrito: O ideal é formalizar um acordo por escrito que detalhe todos os direitos e deveres de cada parte. Isso garante segurança jurídica e transparência.
  3. Acordo em caso de reestruturação ou demissão coletiva: Em algumas situações, é possível negociar um pacote que inclua benefícios adicionais, como extensão do plano de saúde ou ajuda para recolocação no mercado.
  4. Acordo com indenização: Em certos casos, pode-se negociar uma indenização que compense o tempo de serviço ou perdas financeiras. Isso pode ser atraente, especialmente em cargos altos ou quando a demissão pode prejudicar a carreira do indivíduo.

É melhor pedir a conta da empresa ou fazer um acordo?

Decidir entre pedir a conta ou fazer um acordo pode ser complexo. Aqui estão alguns pontos a considerar para cada opção:

“A decisão entre pedir a conta ou fazer um acordo depende do contexto individual de cada trabalhador e deve ser feita com cautela, considerando todas as implicações a longo prazo.”

Fiz acordo com a empresa, quanto vou receber?

O montante que um trabalhador receberá ao fazer um acordo com a empresa pode variar significativamente, dependendo de diversos fatores, incluindo:

  1. Verbas rescisórias: O trabalhador receberá os direitos trabalhistas, como férias proporcionais, 13º salário e saldo de salário.
  2. Multa do FGTS: Caso o acordo tenha sido realizado sem justa causa, a multa de 40% do FGTS será devida.
  3. Indenizações negociais: Muitas vezes, durante o acordo, o empregado pode negociar uma indenização que complemente as verbas rescisórias. Essa quantia é muitas vezes negociada diretamente e pode envolver valores consideráveis.
  4. Descontos e tributações: É importante considerar que algumas quantias podem estar sujeitas a impostos ou outras deduções, portanto, o valor líquido a receber pode ser menor do que o acordado.

Vale a pena fazer acordo trabalhista?

A decisão de fazer um acordo trabalhista deve ser ponderada considerando as possíveis vantagens e desvantagens. Aqui estão algumas razões pelas quais pode valer a pena:

Por outro lado, existem desvantagens:

Demissão por acordo: recebe seguro-desemprego?

Um ponto crucial a ser destacado é que, normalmente, a demissão por acordo não garante direito ao seguro-desemprego. De acordo com a legislação trabalhista brasileira, nas situações em que a demissão ocorre por acordo entre empregado e empregador, o trabalhador não terá acesso aos benefícios do seguro-desemprego.

No entanto, existem algumas considerações a serem lembradas:

Posso fazer acordo e continuar trabalhando na mesma empresa?

Sim, um acordo pode ser feito enquanto o funcionário ainda está ativo na empresa. Esse tipo de acordo é conhecido como "acordo de rescisão de contrato" e pode ser negociado em situações específicas, como quando um trabalhador deseja mudar sua função, ser realocado para outra área ou tem interesse em planejar sua saída de maneira mais estruturada.

Entretanto, é fundamental que:

Carta de demissão por comum acordo

A carta de demissão por comum acordo é um documento que formaliza a intenção do trabalhador de deixar a empresa, concordando com as condições acordadas entre as partes. Essa carta deve ser redigida de forma clara e objetiva, destacando:

  1. Dados pessoais: Nome, CPF e cargo do empregado.
  2. Data: A data em que se está formalizando a demissão.
  3. Motivo: Uma breve explicação sobre os motivos para a demissão.
  4. Agradecimento: É sempre positiva a inclusão de um agradecimento pela experiência adquirida na empresa, mantendo a cordialidade.

É importante que a carta seja entregue em mãos a um superior ou ao departamento de RH e que se solicite um protocolo como confirmação de recebimento. Além disso, ter uma cópia da carta é fundamental para a documentação pessoal.

Rescisão por acordo entre as partes (art. 484-a da CLT)

O artigo 484-a da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regulamenta a possibilidade de rescisão do contrato de trabalho por mútuo acordo entre empregado e empregador. Nesse caso, a demissão é considerada consensual e traz algumas especificidades:

  1. Direitos garantidos: O trabalhador terá direito a:
  2. 50% do valor da multa do FGTS.
  3. Receberá as verbas rescisórias, como saldo de salário, 13º salário e férias proporcionais.
  4. Renúncia de direitos: O trabalhador não terá direito ao seguro-desemprego, o que é uma desvantagem significativa em relação a uma demissão sem justificação.
  5. Formalização: Para a validade do acordo, é imprescindível que seja formalizado por meio de Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT), o qual deve ser assinado por ambas as partes.

Quem faz acordo tem direito ao seguro-desemprego 2024?

De acordo com as regras de 2024, quem formalizar um acordo de demissão consensual não terá direito ao seguro-desemprego. Essa é uma mudança importante que deve ser considerada ao decidir por um acordo. O trabalhador que busca a proteção do seguro-desemprego deve avaliar as condições de sua saída e, se necessário, buscar consultoria jurídica para entender suas opções e direitos em profundidade.

O que fazer quando a empresa não quer fazer acordo?

Quando uma empresa se recusa a fazer um acordo, há algumas etapas que o trabalhador pode seguir:

  1. Negociação direta: Tente entender o porquê da recusa e ver se há espaço para negociação. Às vezes, apenas uma modificação nas condições propostas pode facilitar chegando a um consenso.
  2. Recorrer ao sindicato: Se o trabalhador for associado a um sindicato, é aconselhável buscar ajuda deles. O sindicato pode oferecer suporte e orientação, além de intermediar a situação.
  3. Assessoria jurídica: Se as negociações não avançarem, pode ser necessária a consulta a um advogado especializado em Direito do Trabalho. O advogado pode orientar sobre os melhores próximos passos, incluindo a possibilidade de processos judiciais, caso seja necessário.
  4. Testemunhos e documentação: Sempre mantenha registros detalhados de todas as comunicações, mensagens e reuniões relacionadas ao pedido de acordo. Esses documentos podem ser fundamentais se você decidir tomar medidas legais.

Conclusão

Fazer um acordo com a empresa pode ser uma escolha estratégica, mas é fundamental entender todos os seus direitos e as implicações dessa decisão. Este guia apresentou um panorama detalhado sobre como solicitar um acordo, quais são os direitos do trabalhador, as condições desse acordo e alternativas a serem consideradas. Avaliar cuidadosamente cada situação e buscar orientação profissional são passos essenciais para garantir que a decisão tomada seja a melhor para a sua carreira e bem-estar.

FAQ

1. Quais são os principais direitos ao fazer um acordo?

Os principais direitos incluem o recebimento de verbas rescisórias, como férias proporcionais e 13º salário, além de uma possível multa sobre o FGTS, dependendo das circunstâncias da demissão.

2. Como saber se um acordo é vantajoso?

Para entender se um acordo é vantajoso, compare os benefícios e direitos que você receberia em um processo judicial com o que está sendo oferecido no acordo.

3. É possível renegociar um acordo já firmado?

Sim, é possível, mas isso depende da vontade das partes. Um novo acordo deve ser formalizado por escrito.

4. Posso ser demitido injustamente se tiver feito um acordo?

Se o acordo foi formalizado, o trabalhador só pode ser demitido sem justa causa se não houver desrespeito às cláusulas acordadas inicialmente.

5. Onde posso encontrar mais informações sobre meus direitos?

As informações podem ser obtidas em órgãos trabalhistas, como o Ministério do Trabalho ou através de sindicatos que representam sua categoria.

Referências

  1. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) - Artigos relevantes sobre rescisão de contrato.
  2. Guia trabalhista do Ministério do Trabalho - Direitos do trabalhador.
  3. Sites de sindicatos e associações de trabalhadores que oferecem suporte jurídico.
  4. Consultorias especializadas em Direito do Trabalho.

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