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Cleptomanía: Significado e Implicações Psicológicas

Este artigo foi publicado pelo autor Cidesp em 04/09/2024 e atualizado em 04/09/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

A cleptomania é um distúrbio psicológico que provoca um impulso irreprimível de roubar itens que não são necessários e que muitas vezes não têm valor significativo. Este transtorno é frequentemente confundido com o furto comum, mas suas motivações e repercussões são muito diferentes. Neste artigo, exploraremos o significado da cleptomania, suas implicações psicológicas, como diagnosticar a condição, além de discutir a diferença entre cleptomania e roubos comuns. Também vamos investigar o perfil do cleptomaníaco, os sintomas, se há cura, e ainda como a cleptomania se manifesta em crianças.

O que é uma pessoa cleptomaníaca?

O cleptomaníaco é alguém que sofre de cleptomania, um transtorno compulsivo relacionado ao roubo. Ao contrário de um ladrão comum, que age geralmente por motivos financeiros, os cleptomaníacos roubam para aliviar tensões emocionais ou para obter uma sensação de prazer ou gratificação. A ação de roubar se transforma em um ciclo vicioso, onde o indivíduo sente uma compulsão crescente, seguido pela realização do ato de roubo que traz um alívio momentâneo, mas que é logo substituído pela culpa e vergonha. Essa reatividade emocional torna a cleptomania uma condição complexa que requer compreensão e tratamento adequado.

Como diagnosticar um cleptomaníaco?

O diagnóstico da cleptomania geralmente é feito por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, que realiza uma avaliação detalhada do histórico do paciente e dos comportamentos associados ao roubo. Para ser diagnosticado com cleptomania, o indivíduo deve apresentar os seguintes critérios, conforme descrito no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais):

  1. Compulsão para roubar: O indivíduo sente um impulso incontrolável de roubar itens que não são necessários para uso pessoal ou financeiro.
  2. Alívio emocional: Após o ato de roubar, a pessoa experimenta uma sensação de alívio ou prazer.
  3. Culpa e vergonha: A cleptomania geralmente é acompanhada de forte remorso e desconforto.
  4. Isolamento do roubo: O ato de roubar não é motivado por desejo de dinheiro ou recompensas.

Além disso, é importante descartar outros problemas de saúde mental que poderiam estar associados, como transtornos de ansiedade ou depressão.

Como funciona a mente de um cleptomaniaco?

A mente de um cleptomaniaco opera sob uma combinação complexa de fatores emocionais, psicológicos e, às vezes, biológicos. Muitos cleptomaníacos relatam que recebem um grande impulso emocional antes de cometer um roubo, e essa sensação é muitas vezes descrita como uma necessidade incontrolável. Uma vez que o ato é consumado, essa sensação é temporariamente aliviada, mas logo substituída por sentimentos de culpa e ansiedade.

Estudos sugerem que a cleptomania pode estar ligada a desequilíbrios químicos no cérebro, particularmente aqueles que envolvem dopamina e serotonina. Esses neurotransmissores são fundamentais na regulação das emoções e nos processos de recompensa. As experiências de roubo, para um cleptomaniaco, se tornam uma forma de lidar com estresse e ansiedade, criando assim um ciclo de compulsão e alívio que se torna cada vez mais difícil de controlar.

Qual a diferença entre roubo comum e cleptomania?

A principal diferença entre o roubo comum e a cleptomania reside nas motivações e nos estados emocionais que seguem o ato. O roubo comum geralmente é feito por motivos financeiros ou por desejo material, e o ladrão pode ser totalmente consciente de suas ações e suas consequências. Por outro lado, o cleptomaníaco não está sendo motivado pela necessidade de bens, mas sim por uma obrigação emocional, onde o ato de roubar atua como uma forma de escape de emoções negativas.

Enquanto o ladrão mentaliza a possibilidade de lucro, o cleptomaniaco pode não ter nem mesmo a intenção de usar o item roubado. Muitas vezes, os objetos ficam acumulados, sem uso, e o ato em si é o que traz consequências emocionais. Além disso, após o roubo, o cleptomaniaco enfrenta culpa e vergonhas intensas, o que se distancia da maioria dos ladrões, que geralmente não têm tanto peso emocional sobre seus atos.

Perfil do cleptomaníaco

O perfil do cleptomaníaco pode variar, mas frequentemente inclui pessoas que apresentam certos traços de personalidade e condições emocionais. Esses indivíduos podem ser bastante impulsivos e facilmente influenciáveis. Além disso, muitos cleptomaníacos têm dificuldades de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis, muitas vezes devido à sua compulsão e sentimentos de vergonha.

Pessoas com cleptomania costumam ter histórico de outros transtornos emocionais, como depressão, transtorno de ansiedade, entre outros. Também é comum que relatem experiências de estresse ou traumas que possam ter desencadeado a compulsão. O perfil demográfico é variado, mas ocorre, especialmente, em adolescentes e adultos jovens.

Cleptomania é crime?

Sim, a cleptomania é considerada um crime sob a lei, já que o ato de roubar, independentemente da motivação, é ilegal. Contudo, a cleptomania é muitas vezes vista de longe, sendo um transtorno mental. Na prática, é possível que cleptomaníacos enfrentem consequências legais pelos seus atos, mas também podem buscar tratamento em vez de punição, dada a natureza compulsiva do transtorno. Em alguns contextos legais, pode haver o reconhecimento da cleptomania como uma condição que exige tratamento, embora a aplicabilidade disso dependa da jurisdição e da situação específica.

Cleptomania infantil

A cleptomania pode ocorrer também na infância, embora o diagnóstico seja mais complicado devido à dificuldade de discernir o que constitui um comportamento normal de um comportamento compulsivo na faixa etária jovem. Crianças podem roubar por curiosidade, por imitação ou por busca de atenção, mas quando esses atos se tornam repetitivos e fora de controle, podem ser sinal de cleptomania.

É fundamental que pais e educadores estejam atentos a sinais de compulsão e ajudem a criança a entender a gravidade do ato, além de incentivar o tratamento profissional, caso necessário. A cleptomania infantil pode ser tratada efetivamente com terapia e suporte.

Cleptomaníaco rouba dinheiro

Embora os cleptomaníacos possam roubar qualquer tipo de item, é comum que itens de menor valor ou que possam oferecer uma gratificação emocional sejam o foco. Roubos de dinheiro podem ocorrer, mas raramente são motivados pela necessidade financeira. Ao invés disso, o ato pode ser impulsionado pela compulsão em si e pelo desejo de experimentar a emoção do roubo. Em muitos casos, o dinheiro roubado acaba sendo descartado ou perdido, pois o propósito do roubo não era lucrar, mas sim aliviar uma tensão emocional.

Sintomas de cleptomania

Os sintomas da cleptomania costumam incluir:

Esses sintomas podem variar em intensidade e podem ser desencadeados por estressores emocionais ou situações que provocam ansiedade.

Cleptomania tem cura?

A cleptomania é um transtorno que, embora desafiador, pode ser tratado. A recuperação não implica simplesmente em "curar" o comportamento, mas sim em gerenciá-lo efetivamente para minimizar os impactos negativos na vida do indivíduo. Tratamentos incluem terapia cognitivo-comportamental (TCC), que foca em ajudar o paciente a entender e modificar seus padrões de pensamento e comportamento, além de medicações que podem ajudar no controle dos impulsos.

A adesão ao tratamento, paciência e suporte de familiares e amigos são essenciais para o sucesso ao lidar com a cleptomania. Com o tratamento adequado, muitos cleptomaníacos conseguem levar uma vida normal e gerenciar sua compulsão.

Cleptomania cid

A cleptomania é classificada no CID (Classificação Internacional de Doenças) sob o código F63.0. Esta categoria inclui os transtornos de controle de impulsos e fornece uma referência para profissionais de saúde durante o diagnóstico e tratamento. Essa classificação também auxilia na realização de estatísticas sobre a prevalência do distúrbio e permite que os pacientes recebam a assistência e os recursos necessários.

Cleptomania em inglês

A cleptomania é conhecida em inglês como "kleptomania", e o termo deriva do grego "klepto", que significa "roubar", e "mania", que significa "compulsão" ou "excesso". Este termo é amplamente utilizado em pesquisas acadêmicas, textos clínicos, e na literatura de saúde mental. A compreensão global da cleptomania ajuda a remover o estigma e a promover tratamentos adequados para aqueles que sofrem do distúrbio.

Conclusão

A cleptomania é um transtorno psicológico complexo que exige atenção e compreensão. É importante que tanto a sociedade quanto os profissionais de saúde mental estejam cientes das diferenças entre cleptomania e roubo comum, além de reconhecer as dificuldades emocionais enfrentadas pelos cleptomaníacos. Com tratamento, apoio e compreensão, muitos indivíduos que sofrem dessa condição conseguem gerir seus impulsos e criar uma vida mais equilibrada e saudável. O esclarecimento sobre a cleptomania também poderá ajudar a reduzir o estigma enfrentado por aqueles que vivem com esse transtorno e facilitar o acesso ao tratamento necessário.

FAQ

O que causa a cleptomania? A cleptomania pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos, bioquímicos e ambientais. Muitas vezes, ela está associada a outros transtornos psicológicos.

A cleptomania é tratável? Sim, a cleptomania é tratável através de terapia e, em alguns casos, medicação. O apoio emocional é crucial para o sucesso do tratamento.

Qual é a diferença entre cleptomania e furto? Enquanto o furto é geralmente motivado por lucro ou necessidade financeira, a cleptomania é impulsionada por uma necessidade emocional ou compulsão, sem foco em lucro.

Como posso ajudar alguém com cleptomania? Apoiar emocionalmente, incentivar o tratamento e ser compreensivo sobre a complexidade da condição são formas de ajudar.

Referências


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